O homem mais feliz do mundo - Altruísmo

5.3.10


Na segunda-feira, dia 8 de Março, fui ao Porto ouvir Matthiew Ricard falar sobre o Altruísmo.

A sala estava repleta e como cenário de fundo Matthiew Ricard projectou uma das suas belíssimas fotos de um mosteiro envolto num denso nevoeiro.

O Altruísmo não é um luxo, mas um princípio, para todos nós. Hoje em dia, temos de nos preocupar com problemas económicos, com a qualidade de vida, o meio ambiente, etc. Também temos preocupações a médio prazo como a carreira e a vida familiar. O nosso desafio é conciliarmos tudo isto. O fio condutor para ligar tudo isto é segundo Matthiew o Altruísmo. Levando-nos desta forma a ter mais consideração sobre o que nos rodeia. É preciso que ele exista, que esse potencial seja cultivado para que haja uma transformação na cultura.

Para cultivar o Altruísmo temos então de eliminar um dos cinco venenos e deixar o egoísmo de lado.

Embora existam escolas de psicologia reconhecidas que defendem o egoísmo como uma forma de evoluir na sociedade, também no plano científico o Altruísmo foi reconhecido cientificamente.

Na teoria do génio egoísta não há lugar para o Altruísmo, mas é possível mostrar hoje em dia que podemos evoluir mais rapidamente numa sociedade Altruísta e não viver num mundo onde se luta uns contra os outros.

O primeiro passo é transformarmos-nos a nós mesmos. Devemos estender o sentimento de compaixão e felicidade em relação a todos os seres. Compaixão no sentido de que TODOS os seres sem excepção sejam livres do sofrimento e da causa do sofrimento. A compaixão verdadeira é semelhante à de um médico que cura o seu paciente. Esta compaixão não é sinal de fraqueza, pois o objectivo é suprimir o sofrimento.

Existe o sofrimento visível, o sofrimento impermanente e o sofrimento mais profundo.

Se quisermos libertar-nos temos que entrar no coração da nossa ignorância. Podemos usar antídotos para o ódio. A ignorância não é uma falta de informação, mas sim uma distorção da realidade. O conhecimento e o despertar dependem de uma condição mais justa, longe de todos os véus mentais. Este desenvolvimento interno, cultivando o amor Altruísta, a compaixão e desenvolvendo dentro de nós um sentimento incondicional impregnado de amor só é possível através de um esforço metódico. Esse esforço só é possível através da prática da meditação.

Matthiew Ricard mostrou vários gráficos e imagens sobre estudos científicos a que foi submetido para provar o resultado da meditação. Para os cientistas foi referenciado como o homem mais feliz do mundo. Podemos observar pelas imagens que o seu nível de controlo da mente é surpreendente e os impulsos positivos do seu cérebro saíram fora da escala.

Para cultivar o que quer que seja devemos treinar o nível de vigilância uma vez que ela declina. Para um praticante o nível é sempre estável, perfeito e contínuo. Vinte minutos por dia durante dois meses conduz a resultados muito significativos quer a nível clínico ou psicológico. O sistema imunitário fica mais forte e o nível de ansiedade baixa considerávelmente. A pressão sanguínea e arterial desce, quando é elevada.

Mattiew Ricard deixou-nos o desafio de permanecermos na ignorância ou a possibilidade de sermos felizes.

0 comentários em "O homem mais feliz do mundo - Altruísmo"